A disartria é a perda da capacidade de articular as palavras de forma normal. É uma condição neurológica que causa uma alteração na pronúncia ou articulação da fala.
Uma pessoa com disartria não consegue articular e pronunciar bem as palavras devido a uma alteração no sistema responsável pela fala, envolvendo músculos da boca, língua, laringe ou cordas vocais, o que pode proporcionar dificuldades na comunicação, engolir alimentos e o isolamento social.
Tipo de disartria
Existem diferentes tipos de disartria, e suas características podem variar de acordo com o local e o tamanho da lesão neurológica ou a doença que provoca o problema. Os principais tipos incluem:
Disartria flácida: é uma disartria que, geralmente, produz uma voz rouca, com pouca força, anasalada e com a emissão imprecisa das consoantes. Costuma acontecer em doenças que provocam lesão no neurônio motor inferior, como miastenia gravis ou paralisia bulbar, por exemplo;
Disartria espástica: também costuma provocar uma voz anasalada, com consoantes imprecisas, além de vogais distorcidas, gerando uma voz tensa e “estrangulada”. Pode estar acompanhada de espasticidade e reflexos anormais dos músculos da face. Mais frequente em lesões do nervo motor superior, como acontece em um traumatismo crânio-encefálico;
Disartria atáxica: esta disartria pode provocar uma voz áspera, com variações na entonação dos acentos, havendo uma fala lentificada e um tremor nos lábios e língua. Pode lembrar a fala de alguém alcoolizado. Costuma surgir nas situações em que há lesões relacionadas à região do cerebelo;
Disartria hipocinética: há uma voz rouca, soprosa e trêmula, com imprecisão na articulação, havendo também alteração na velocidade da fala e tremor de lábio e língua. Pode ocorrer em doenças que provocam alterações na região do cérebro chamada gânglios da base, mais comum na doença de Parkinson;
Disartria hipercinética: ocorre uma distorção na articulação das vogais, provocando uma voz áspera e com interrupção na articulação das palavras. Pode acontecer em casos de lesão do sistema nervoso extrapiramidal, frequentes em casos de coréia ou distonia, por exemplo.
Disartria mista: apresenta alterações características de mais de um tipo de disartria, e pode acontecer em diversas situações, como na esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica ou traumatismo crânio-encefálico, por exemplo.
Causas
Na disartria, uma área específica do cérebro é lesionada, daí a dificuldade em articular sons e palavras. Pode ocorrer por:
- Medicamentos, como os sedativos e narcóticos;
- Acidentes: uma lesão cerebral traumática pode causar disartria;
- Tumores no cérebro;
- Doenças neurodegenerativas, como por exemplo a doença de Parkinson, doença de Alzheimer, esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica, entre outras;
- Encefalite: isto é, inflamação do cérebro, que geralmente é causada por uma infecção.
Sintomas de Disartria
Os sintomas da disartria podem variar, a depender da causa subjacente e local afetado. Os sinais mais comuns são:
- Fala arrastada;
- Ritmo lento de fala;
- Incapacidade de falar mais alto do que um sussurro;
- Discurso muito rápido e difícil de entender;
- Voz rouca;
- Voz anasalada;
- Ritmo irregular ou anormal de fala;
- Voz com volume irregular;
- Fala monótona;
- Dificuldade em mover a língua ou músculos faciais;
- Babar.
Fatores de risco
Disartria pode afetar crianças e adultos. Você está em maior risco de sofrer com disartria se:
- Está no grupo de risco para AVC;
- Tem alguma doença neurodegenerativa;
- Tem uma doença neuromuscular;
- Abusa de álcool ou drogas;
- Está com a saúde debilitada.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da disartria é feito por um clínico geral, fonoaudiólogo ou neurologista.
Dependendo da causa, a disartria pode ser curada. Em alguns casos, ela é permanente e pode apenas ser tratada para que seus sintomas sejam aliviados.
Como a disartria sempre é causada por alguma outra doença ou condição, a cura do problema depende da possibilidade de cura da causa.