O nome pode parecer complexo, mas a imitanciometria (ou impedanciometria) é um exame comum e muito importante para avaliar a saúde da sua orelha de forma geral. Geralmente, o teste é recomendado pelo especialista durante uma consulta quando há suspeita de perda da audição.
A imitanciometria pode ser realizada sozinha, como parte de uma avaliação geral da audição ou em conjunto com outros exames, como a audiometria. Se você quer saber mais sobre o assunto, é só continuar a leitura para descobrir para que serve a imitanciometria, como é realizado o exame, quem pode fazer e as patologias que são diagnosticadas a partir do teste.
Como funciona a imitanciometria?
Antes de aprofundar na imitanciometria, precisamos entender como funciona o sistema auditivo.
A anatomia da nossa orelha é projetada de modo que o reflexo auditivo atua como um mecanismo de proteção: quando há fortes vibrações sonoras entrando pelo ouvido, a membrana timpânica vibra e movimenta os ossículos auditivos (o martelo, o estribo e a bigorna). Esse movimento serve para proteger as células ciliadas e enviar o estímulo até a cóclea, onde é transformado em impulsos nervosos recebidos pelo cérebro.
A imitanciometria serve para determinar a resistência da membrana timpânica durante essa vibração. Com base no estímulo acústico no ouvido médio, é possível avaliar o tímpano e os ossículos do ouvido.
Os procedimentos do exame são divididos em três componentes: timpanometria, teste de reflexo acústico e decaimento de reflexo acústico.
A timpanometria permite que o audiologista meça a resistência da membrana timpânica sob o estímulo das vibrações sonoras. O teste também ajuda a medir a pressão no espaço atrás do tímpano, onde ficam com os ossículos. Os resultados da timpanometria servem para indicar alguma anormalidade ossicular, como otosclerose e indicar uma perda de audição.
Durante o teste de reflexo acústico alguns sons de intensidade moderadamente alta são introduzido na orelha. Enquanto isso, as respostas dos músculos do ouvido médio são medidas com uma pequena sonda. Em condições saudáveis, o ouvido deve responder a sons na faixa de 70 a 100 dB de forma bilateral, ou seja, não importa em qual ouvido o som está direcionado, ossos do ouvido médio devem reagir da mesma forma. O teste é feito em várias frequências em cada orelha individualmente e simultaneamente para determinar se há perda auditiva condutiva.
O teste de decaimento do reflexo acústico é parecido com o anterior, porém com algumas diferenças. Uma vez que o reflexo acústico é estabelecido, a intensidade do estímulo é aumentada e o reflexo é medido ao longo de 10 segundos. Assim, é possível analisar as mudanças na complacência (rigidez ou flacidez) da membrana timpânica.
Como é realizado o exame?
O processo da impedanciometria é simples, rápido, minimamente invasivo e não apresenta riscos para os pacientes. Além disso, não exige nenhum feedback do paciente para ser preciso, por isso é recomendado para todas as faixas etárias, inclusive crianças e bebês.
Durante o teste, o profissional insere uma pequena sonda no canal auditivo do paciente. Essa sonda, por sua vez, está ligada a um pequeno aparelho chamado imitanciômetro que é responsável por captar a capacidade de movimentação da membrana timpânica e a intensidade mínima para acontecer os reflexos acústicos.
Quando o teste é recomendado?
A impedanciometria é mais indicada para pessoas nas seguintes situações:
- Triagem auditiva de bebês;
- Tratamento de otite;
- Complementar os resultados da audiometria tonal;
- Exame de rotina para pré e pós-operatório de cirurgias na orelha média;
- Diagnosticar patologias, como alergias respiratórias;
- Investigação de dores de ouvido frequentes;
- Pacientes com perda auditiva;
- Pessoas com zumbido no ouvido;
- Avaliação auditiva de crianças em fase de crescimento;
- Analisar o ouvido em casos de paralisia do nervo facial.
O que a imitanciometria detecta?
O exame serve para diagnosticar diversos problemas auditivos, incluindo:
Perda auditiva
Com base nos reflexos acústicos e na complacência da membrana timpânica, é possível identificar se o paciente está com perda auditiva neurossensorial ou condutiva e a intensidade do problema. A partir disso, o profissional recomenda o tratamento adequado com aparelhos auditivos, implantes cocleares, entre outros.
Otite
As otites são infecções que podem ocorrer no ouvido interno, externo ou médio e são causadas por vírus ou bactérias. No caso da otite média, que é a mais comum em adultos e crianças, a inflamação acontece na área atrás do tímpano. O diagnóstico do problema auditivo pode ser feito usando um otoscópio, que verifica se há vermelhidão, inchaço, pus e líquido. Para um resultado mais preciso, a imitanciometria pode ser bem útil.
Perfuração do tímpano
Perda de audição temporária, dores, zumbido no ouvido e eliminação de pus ou sangue podem ser sinais de perfuração do tímpano. Nesse caso, alguns padrões de resposta da timpanometria podem indicar se a membrana foi rompida.
Otosclerose
A otosclerose é uma doença que pode causar perda auditiva. Ela ocorre quando o estribo, um dos ossículos do ouvido médio, fica preso no lugar. Com isso, ele não consegue se movimentar a partir da vibração da membrana timpânica, dificultando a audição. A imitanciometria e outros exames, como tomografia computadorizada e raio-x podem ajudar no diagnóstico da patologia.
Labirintite
A labirintite é um distúrbio do ouvido interno que pode afetar seu equilíbrio e causando sensação de tontura, náusea, vertigem e perda de audição. A condição é causada por uma inflamação dos nervos no ouvido interno que são responsáveis pelo nosso equilíbrio. A labirintite não costuma ser diagnosticada em um teste de audição simples, portanto, a imitanciometria é indicada nesse caso.
Cuidar da sua saúde auditiva é essencial para evitar problemas, como a perda auditiva. Portanto, não deixe de visitar um audiologista para realizar exames como a imitanciometria e auxiliar no diagnóstico de inúmeros problemas auditivos.