É mesmo possível aliviar problemas de memória com a psicoterapia?
A resposta é sim!
Existem tratamentos psicoterapêuticos voltados para o fortalecimento da memória e redução de esquecimentos. Da mesma forma, existem motivos variados por trás desses problemas, como a demência, mal de Alzheimer, lesões cerebrais e, ainda, transtornos mentais.
O que causa os problemas de memória?
Os problemas de memória, como dito, possuem causas variadas. A diferença entre os problemas que aparecem com a idade dos vivenciados em outras fases da vida é que o esquecimento não chega a afetar de maneira drástica o dia a dia dos mais novos. Os problemas dos mais jovens também têm mais possibilidade de serem reversíveis.
É normal que o avanço da idade resulte em dificuldade para se lembrar das coisas e esquecimentos mais corriqueiros.
Jogos de raciocínio lógico e matemático, xadrez, palavras cruzadas e atividades voltadas para ativar a memória são alguns exercícios cerebrais que podem começar a ser feitos mesmo antes dos 60 anos para reduzir incômodos com a memória.
Todavia, os lapsos de memória também podem ser causados por patologias e condições de saúde. Nesses casos, o tratamento é mais intenso e a reversão do problema pode não ser total. O acompanhamento médico periódico também pode ser necessário para avaliar a evolução do quadro do paciente.
Alguns fatores que podem causar problemas de memória são:
- aneurisma cerebral;
- desequilíbrio hormonal da tireoide;
- acidente Vascular Cerebral;
- lesões no cérebro;
- concussões;
- infecções no cérebro;
- privação do sono;
- deficiência de vitamina B-12;
- abuso de substâncias e de álcool;
- ansiedade;
- estresse;
- Síndrome de Burnout;
- Síndrome do Pânico;
- transtorno de Bipolaridade;
- depressão.
A ingestão de certos medicamentos e o tratamento para câncer também podem interferir na retenção de memórias a curto prazo. No caso dos remédios, vale consultar o seu médico para verificar se existe a possibilidade de trocar de medicação. É bom levar um parente ou amigo junto para que ele possa contribuir com observações sobre o seu comportamento.
Quando os problemas de memória se tornam preocupantes?
Praticamente todas as pessoas já tiveram pequenos lapsos de memória.
Por exemplo, entrar em um cômodo e esquecer a razão de estar lá devido à quantidade de informações buzinando nos ouvidos. Eventos simples como não lembrar onde deixou a chave do carro ou de empacotar determinado objeto para uma viagem são comuns a todas as pessoas.
Entretanto, se esses pequenos lapsos tornarem-se frequentes, podem alertá-lo para um problema maior em sua memória.
Esquecer com recorrência acontecimentos importantes, como consultas médicas, eventos sociais ou até de fazer uma refeição, é sinal de que a sua memória precisa de atenção redobrada. Alguns transtornos mentais, como a Bipolaridade, podem causar lapsos repentinos ou distorcer as memórias.
Pacientes bipolares na fase maníaca às vezes têm a percepção do tempo alterada devido à euforia que causa produtividade frenética e ininterrupta. Eles podem acreditar que muitas ou poucas horas se passaram quando estão entretidos. Consequentemente, as suas memórias se embaralham e ficam confusas.
Outro sinal de gravidade é o esquecimento aliado à desorientação, confusão mental e dificuldade de concentração. A depressão pode deixar a pessoa desorientada a ponto de não se lembrar de ter concluído pequenos afazeres domésticos e no trabalho ou de ter tido determinadas conversas.
A chave para tratar os déficits de memória é buscar um tratamento de imediato. Esperar ou dar de ombros quando eles se demonstrarem recorrentes aumentará as chances de eles se agravarem. A perda memória, entre outros problemas, não se resolve com o tempo.
Como resolver os problemas de memória com a terapia?
A terapia também pode ajudar pacientes com perda de memória, confusão mental, desorientação, dificuldade de concentração, entre outros problemas que afetam a capacidade de gravar e se lembrar de acontecimentos.
Como mencionado acima, os problemas de memória podem estar relacionados a um transtorno mental não diagnosticado.
Para a pessoa que vive com ele, a experiência de ter lacunas ou “apagões” em sua memória pode ser assustadora. Ela pode acreditar estar sofrendo de uma condição de saúde grave, ficar ansiosa e procurar realizar uma bateria de exames investigativos.
É claro que consultar um médico é importante para determinar se a dificuldade para se lembrar das coisas não está ligada a uma doença física. Em casos de lesões cerebrais e concussões, o médico deve ser consultado de imediato e a terapia pode ser usada como complemento do tratamento médico.
Os pacientes idosos devem, sem exceções, consultar-se com um médico antes de pensar em outras formas de tratamento. Isso porque doenças degenerativas podem estar por trás dos déficits de memória. Quanto mais cedo o diagnóstico for realizado, mais efetivo é o tratamento para retardar o processo.
Todavia, o seu problema pode ser menos grave (mas ainda mentalmente debilitante), como ser um caso de estresse excessivo ou ansiedade não diagnosticada. O tratamento psicoterapêutico pode ser o suficiente para retornar a sua memória à normalidade.
Os transtornos mentais mais severos, como a bipolaridade, síndrome do pânico e depressão profunda, logicamente vão requerer mais tempo de tratamento. Esse pode perdurar por anos até que a pessoa seja curada da depressão ou pânico e chegue a um patamar de equilíbrio mental e emocional, reduzindo os sintomas do transtorno bipolar.
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) para problemas de memória
A Terapia Cognitivo-Comportamental conduz o paciente a ter um papel ativo na qualidade dos seus pensamentos e emoções, bem como a ter comportamentos mais conscientes. Ela é a abordagem psicoterapêutica mais indicada para tratar incômodos da memória.
A TCC ajuda as pessoas a modificaram a maneira como pensam, sentem ou se comportam para reduzir fatores causadores de sofrimento. O paciente passa a ter mais qualidade de vida e controle sobre as suas funções comportamentais. Desse modo, o estresse e a ansiedade igualmente diminuem.
Essa abordagem psicoterapêutica também ajuda os pacientes a lidar com condições de saúde que interferem em seu dia a dia. Assim, eles se tornam mais capacitados a superar desafios causados não somente pela perda e outras condições de memória, mas também pelas demais patologias que os afligem.
Pacientes que sofreram AVC, concussão, aneurisma, entre outros, se beneficiam da TCC porque a terapia os ajuda a viver dentro de suas novas realidades e a cultivar o otimismo. Enquanto o tratamento médico reabilita o corpo físico, a Terapia Cognitivo-Comportamental cuida da saúde da mente do paciente com limitações.
O mesmo é válido para os transtornos mentais. O paciente aprende a viver com a bipolaridade, depressão, pânico, entre outros, de forma que os sintomas não o afetem tanto. Esse aprendizado é adquirido através da repetição de estratégias psicoterapêuticas e da compreensão da autorresponsabilidade pelo paciente.
Pacientes com declínio cognitivo também se beneficiam dessa abordagem psicoterapêutica. Ela aumenta a presença do paciente nas tarefas do dia a dia, ativando os seus neurônios e exercitando o cérebro.