Seu filho troca de letras na fala? Entenda o que pode estar acontecendo e como resolver isso
Casos com filho que troca de letras na fala e falam errado são mais comuns do que podemos imaginar.
A dislalia (do grego dys + lalia) é um distúrbio da fala, caracterizado pela dificuldade em articular as palavras.
Basicamente consiste na má pronúncia das palavras, seja omitindo ou acrescentando fonemas, trocando um fonema por outro ou ainda distorcendo-os ordenadamente.
A falha na emissão das palavras pode ainda ocorrer em fonemas ou sílabas.
Assim sendo, os sintomas da Dislalia consistem em omissão, substituição ou deformação dos fonemas.
De modo geral, a palavra do dislálico é fluida, embora possa ser até ininteligível, podendo o desenvolvimento da linguagem ser normal ou levemente retardado.
Não se observam transtornos no movimento dos músculos que intervêm na articulação e emissão da palavra.
Em muitos casos, a pronúncia das vogais e dos ditongos costuma ser correta, bem como a habilidade para imitar sons.
Criança que troca letras na fala: como confirmar o diagnóstico
Diante do paciente dislálico costuma-se fazer uma pesquisa das condições físicas dos órgãos necessários à emissão das palavras, verifica-se a mobilidade destes órgãos, ou seja, do palato, lábios e língua, assim como a audição, tanto sua quantidade como sua qualidade auditiva.
As Dislalias constituem um grupo numeroso de perturbações orgânicas ou funcionais da palavra.
No primeiro caso, resultam das malformações ou de alterações de inervação da língua, da abóbada palatina e de qualquer outro órgão da fonação.
Encontram-se em casos de malformações congênitas, tais como o lábio leporino ou como consequência de traumatismos dos órgãos fonadores.
Por outro lado, certas Dislalias são devidas a enfermidades do sistema nervoso central.
Quando não se encontra nenhuma alteração física a que possa ser atribuído a Dislalia, esta é chamada de Dislalia Funcional.
Nesses casos, pensa-se em hereditariedade, imitação ou alterações emocionais e, entre essas, nas crianças é comum a Dislalia típica dos hipercinéticos ou hiperativos.
Também nos deficientes mentais se observa uma Dislalia, às vezes grave a ponto da linguagem ser acessível apenas ao grupo familiar.
Até os 4 anos, os erros na linguagem são normais, mas depois dessa fase a criança pode ter problemas se continuar falando errado.
As origens da Dislalia e a troca de letra
Alguns fonoaudiólogos consideram que a Dislalia não seja um problema de ordem neurológica, mas de ordem funcional.
Segundo eles, o som alterado pode se manifestar de diversas formas, havendo distorções, sons muito próximos, mas diferentes do real, omissão, ato em que se deixa de pronunciar algum fonema da palavra, transposições na ordem de apresentação dos fonemas (trocar máquina por mánica) e, por fim, acréscimos de sons.
A dislalia é um distúrbio da fala que se caracterizado pela dificuldade de articulação de palavras: o portador da dislalia pronuncia determinadas palavras de maneira errada, omitindo, trocando, transpondo, distorcendo ou acrescentando fonemas ou sílabas a elas.
Quando se encontra um paciente dislálico, deve-se examinar as os órgãos da fala e da audição a fim de se detectar se a causa da dislalia é orgânica (mais rara de acontecer, decorrente de má-formação ou alteração dos órgãos da fala e audição), neurológica ou funcional (quando não se encontra qualquer alteração física a que possa ser atribuída a dislalia).
A dislalia também pode interferir no aprendizado da escrita tal como ocorre com a fala.
Fique atento aos sinais a seguir. Se a criança manifestá-los, será o momento de providenciar um acompanhamento especializado.
Aos 4 meses
A partir do 4º mês ocorre a transição dos sons guturais (aqueles produzidos na garganta) para o balbucio em que o bebê dará início à emissão de sílabas com entonação.
Caso seu bebê não apresente essa transição e passe por um período muito silencioso, vale a pena fazer uma investigação minuciosa do aparelho auditivo, essencial para saber o que está acontecendo.
Se houver uma alteração auditiva, as próximas fases da oralidade também serão comprometidas e haverá, por exemplo, ausência de fala após 1 ano e 5 meses.
Após 1 ano e meio
Aproximadamente entre 1 ano e 6 meses e 2 anos, o número de palavras novas deve ser crescente e a criança deve ser capaz de emitir frases simples (de duas palavras, como “qué não”, “qué mama” e “dá água”).
Se ao invés disso a criança tiver um vocabulário muito curto e se comunicar quase exclusivamente por gestos indicativos (de apontamento), isso pode ser indício de um atraso simples na linguagem.
Aos 3 anos
Por volta dos 3 anos, a criança já deve ter adquirido a maioria dos fonemas e estar falando praticamente tudo da maneira correta.
Levando em consideração a variação normal de criança para outra, ou seja, se a criança persistir na realização de trocas, omissões e inversões (casa – tasa, bola – pola, vaca – faca, sapo – capo, bicicleta – biciqueta, etc.), ela pode estar com dificuldades fonológicas e/ou fonoarticulatórias e, portanto, precisará de ajuda.
Aos 5 anos
Aos 5 anos, as crianças já devem apresentar uma oralidade bem elaborada, com frases estruturadas e fala inteligível.
Caso apresentem ensurdecimento sistemático de fonemas (troquem /b/ por /p/, /d/ por /t/, /z/ por /s/ ou /v/ por /f/), dificuldade de compreensão de ordens orais, dificuldade de perceber e diferenciar características sonoras e dificuldade de contar fatos e histórias na sequência correta, pode haver um problema de processamento auditivo, sendo conveniente realizar uma avaliação criteriosa.
Como ajudar filho que troca letras na fala?
Muito frequentemente, crianças podem necessitar de tratamento fonoaudiológico.
Nestes casos os pais podem ajudar, o que não significa que serão técnicos da fala, como os fonoaudiólogos.
Embora cada tipo de problema possa demandar um tipo especial de orientação, podemos dizer que, de modo geral, existem algumas regras básicas.
Se os pais são muito exigentes e seus filhos estão com dificuldades para falar em função de tal nível de expectativas, devem se tornar mais compreensivos e tolerantes.
É desta forma que nós agimos quando não entendemos o que alguém fala.
Ao observar dificuldades tanto na fala quanto na escrita, procure um fonoaudiólogo para avaliação e orientação adequada.
O fonoaudiólogo é o profissional apto para trabalhar as alterações de linguagem oral e escrita.