É muito frequente mães que procuram o consultório preocupadas com atraso ou dificuldades na fala de seus filhos!
Existem inúmeras razões para que tais alterações ocorram, mas algumas delas se destacam e poderiam e ser EVITADAS!
Quem não conhece ou convive com pequenos que tem como alimentação básica: mamadeira, iogurtes, bisnaguinhas , carne moída ou salsicha e uma infinidade de bolachas e alimentos que praticamente derretem na boca, sem que haja necessidade da criança mastigá-los?
Mas realmente, o que a mastigação e a consistência dos alimentos têm a ver com a fala?
A mastigação exige uma associação de movimentos da língua, dos lábios e da mandíbula, muito importante para a preparação e estimulação da musculatura da boca para a articulação. Desses movimentos mastigatórios vão se desenvolver os movimentos refinados da fala. Daí, a importância da introdução dos alimentos sólidos na dieta da criança.
Crianças que só se alimentam com dieta pastosa ou com alimentos liquidificados podem vir a apresentar uma hipotonia dos músculos faciais e, consequentemente, ter problemas na articulação dos sons da fala
Na maioria das vezes, a preguiça de mastigar acontece pela hipotonia dos músculos da língua, lábios e bochecha, isto é, a flacidez desses músculos. Essa flacidez traz sérios prejuízos, principalmente, na formação dos dentinhos e aquisição da fala. Os músculos flácidos não conseguem fechar os lábios e a criança começa a respirar pela boca. A respiração oral deixa ainda mais flácidos os músculos e a respiração nasal fica mais difícil.
Geralmente a língua da criança fica “apoiada” no assoalho da boca ou mesmo nos lábios inferiores, conferindo uma postura de boca sempre semi-aberta.
Agora junte a esse quadro episódios de rinite alérgica, tão frequentes nos nossos tempos, e teremos uma condição ainda pior da musculatura e respiração!
Mas muita coisa pode ser feita, durante a alimentação, para atenuar ou prevenir esse quadro.
Veja as 11 Regras de Ouro:
1- Amamentação: o aleitamento materno é o primeiro modo de se desenvolver os músculos orais, sua coordenação com a respiração e crescimento da face.
2- Mesmo antes do aparecimento dos dentes podemos oferecer alimentos sólidos, sob o controle rigoroso do responsável, para a criança segurar, levar a boca e “chupar.”
3- Mesmo tendo somente os dentes da frente, a criança já exercita o ato de mastigar, mantendo contato entre as gengivas, o que estimula o crescimento dos dentes posteriores.
4- Nunca use o liquidificador para fazer as papinhas do bebê! É infinitamente melhor para seu filho, que você utilize a peneira.
5- Quando a criança estiver mais acostumada com a nova consistência, passe só a amassar a comida.
6- Substitua, o quanto antes, a mamadeira pelo copinho.
7- Se usar chupeta, que seja por pouco tempo.
8- Estimule a criança a mastigar bem, para não engolir a comida inteira e correr o risco de asfixiar.
9- Faça da hora de comer um momento de carinho. Ter hora para as refeições e sentar-se à mesa mesmo com o cadeirão devem ser hábitos estimulados desde pequeno.
10- Comer em frente à televisão, música alta ou fazer brincadeiras na hora da comida pode distrair a criança que não mastigará direito.
11- Com um ano e meio a dois, a criança já está apta a comer a mesma comida do adulto, sem a mãe precisar amolecer ou amassar.