O início precoce de terapias de reabilitação, com sessões diárias que podem chegar a ter até três horas de duração (com pequenos intervalos para descanso do paciente), ajuda a acelerar o processo de reabilitação de vítimas de AVC (acidente vascular cerebral).
O processo pode (e deve) ser iniciado o mais rápido possível, após a ocorrência do AVC. Além disso, quanto maiores forem a duração e a frequência das sessões, melhor para os resultados.
A procura pela fonoterapia tem sido cada vez maior por parte dos próprios pacientes ou de seus familiares, e que isso tem impactado de uma forma muito positiva nos prognósticos. Com a difusão de mais informações a respeito dos tratamentos e um maior acesso das pessoas aos canais de comunicação, a ajuda especializada tem sido acionada cada vez mais cedo, beneficiando esses indivíduos.
O fonoaudiólogo é um profissional importantíssimo na equipe de cuidados com o paciente pós-AVC. Muitas vezes, as pessoas acreditam que tudo se resume à questão da melhoria da capacidade da articulação e da fala, mas esse quadro (o AVC) pode desencadear uma série de comprometimentos muito maiores e mais sérios, afetando funções como a deglutição, por exemplo.
Os tipos e a extensão das sequelas resultantes de um AVC variam muito. Mas, no geral, quando o lado esquerdo do cérebro é mais afetado, as funções relacionadas à linguagem tendem a ficar mais comprometidas. Já quando o lado direito é mais atingido, a parte motora (coordenação dos movimentos corporais) tende a ser mais afetada.
Sendo assim, o paciente pode apresentar um conjunto de sintomas combinados, exigindo um plano de tratamento individualizado e multidisciplinar.
Principais sequelas trabalhadas pelo fonoaudiólogo
Disfagia: dificuldade para engolir. Como a central do comando da deglutição é o cérebro, essa capacidade pode ficar alterada após um AVC. A assimetria da face e a redução de forças dos lábios, da língua e das bochechas também são situações que podem afetar a capacidade de deglutição. Nesses casos, o fonoaudiólogo indica a consistência alimentar mais segura para evitar a broncoaspiração dos alimentos ou de líquidos. Muitas vezes, até a própria saliva pode representar um risco. Esses pacientes devem passar por treinos para reabilitar a coordenação da mastigação, da respiração e da deglutição, dentro de suas possibilidades.
Afasia: alteração na expressão e na compreensão da linguagem. Nesses casos, embora o paciente consiga articular as palavras, ele não consegue falar e/ou entender/interpretar a linguagem oral de forma eficiente. Nessas situações, o fonoaudiólogo precisa trabalhar a estimulação da linguagem oral e, em alguns casos, até mesmo a leitura e a escrita.
Apraxia: incoordenação dos movimentos faciais – geralmente associada à sequela motora chamada hemiparesia ou paresia de um lado do corpo. São necessários exercícios para treinar o indivíduo a movimentar e fortalecer os lábios, a língua, as bochechas, etc.
Disartria: fala imprecisa, desarticulada e pastosa. Nesses casos são necessários treinos articulatórios e vocais.