É comum usar os termos “surdo” ou “deficiente auditivo” como sinônimos. Embora ambos façam referência a perda auditiva, eles são diferentes.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o termo “deficiente auditivo” refere-se a uma pessoa com capacidade auditiva reduzida que varia de leve a grave. Na maioria desses casos, a perda auditiva está associada a causas adquiridas, como envelhecimento, trauma acústico, etc.
Geralmente, os deficientes auditivos se comunicam pela língua falada e podem utilizar aparelhos auditivos, implantes cocleares ou outros mecanismos que auxiliam na audição e ajudam a encontrar uma melhor qualidade de vida. Os deficientes auditivos podem ter uma sensação de estar no meio: eles não têm a audição normal, mas também não são surdos.
Quando nos referimos a uma pessoa chamada “surda”, geralmente estamos falando de uma perda auditiva profunda ou total, ou seja, com pouca ou nenhuma audição. Nesse caso, o problema auditivo costuma ser associado a causas congênitas ou adquiridas precocemente. Assim, as pessoas surdas costumam se comunicar usando a língua de sinais.
Além disso, o fator cultural é um grande diferencial entre os termos. As pessoas que fazem parte da comunidade surda encaram a condição não como uma deficiência, e sim como uma maneira diferente de experimentar o mundo ao seu redor. Para a comunidade surda, o grau da perda auditiva não tem tanta importância. Dessa forma, pessoas com perda auditiva leve ou moderada, por exemplo, podem se identificar como surdas.
Em resumo, do ponto de vista clínico, podemos dizer que todo surdo é deficiente auditivo, mas nem todo deficiente auditivo é surdo. Já do ponto de vista cultural, a escolha da nomenclatura cabe à cada indivíduo.