Como vai o boletim escolar do seu filho? Além da pausa para estudantes e professores, as férias são uma ótima oportunidade para que a família possa observar – com a devida atenção – o desempenho escolar da criança ou do adolescente e, na presença de indicadores de dificuldades, promover os devidos ajustes de rota.
É muito importante não deixar isso para depois. Muitas vezes, as providências de procurar ajuda especializada são tomadas quando já é muito mais difícil salvar o ano escolar – muito embora, do ponto de vista emocional e psicológico, a oferta de auxílio e suporte a esse estudante seja importante em qualquer altura, pois, antes do sucesso ou insucesso escolar, está o bem-estar dessa criança ou desse adolescente.
Nesses casos (de baixo aproveitamento escolar ou dificuldades de adaptação), não há exatamente uma regra de qual seja o primeiro profissional a procurar. O que se tem como consenso é que o ideal são as abordagens multidisciplinares (passando pelo neurologista infantil, pelo fonoaudiólogo, entre outros profissionais, como psicólogos e psicopedagogos) e que um bom ponto de partida é a Avaliação Neuropsicológica.
A Avaliação Neuropsicológica vem para contribuir com o entendimento de como funciona o raciocínio da criança, do adolescente ou do adulto.
A Avaliação Neuropsicológica engloba tanto funções cognitivas, quanto aspectos comportamentais e de personalidade. O objetivo é identificar a base da dificuldade para, a partir daí, indicarmos os melhores caminhos e as melhores abordagens, de acordo com cada caso.
O processo inclui, além de conhecimento do histórico clínico, várias sessões de entrevistas e de testes específicos com o paciente, e também entrevistas com membros da família. Muitas vezes, também são incluídas análises de exames e laudos encaminhados por outros especialistas, caso existam. Será, portanto, a partir do cruzamento de todos esses dados que o profissional chegará à sua conclusão.
Após a avaliação neuropsicológica, é possível identificar o padrão cognitivo do paciente e possíveis déficits e distúrbios, tais como, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Transtornos de Aprendizado (dislexia, discalculia, disgrafia e disortografia). Os Transtornos do Espectro Autista (TEA) e o Transtorno de Ansiedade, entre outros, também são detectáveis por meio desse processo. Com isso, é possível encaminhar, de forma bem direcionada, o paciente a profissionais que possam auxiliar e melhorar os seus padrões de respostas, dentro de suas características e possibilidades.