Existem vários tipos de perda auditiva, que podem se apresentar de diversas maneiras, como hereditariedade, problemas no desenvolvimento do ouvido, etc. Além de estar relacionada a algumas doenças infecciosas, a perda auditiva também pode ser causada por doenças genéticas.
Muitas pessoas se perguntam se a perda de audição é hereditária. Esse tipo de perda é relacionado a uma mutação de algum gene ligado ao processo da audição. Fatores genéticos também podem deixar as pessoas mais suscetíveis à perda auditiva do que outras. Portanto, é importante conhecer as causas da perda auditiva, buscando o tratamento assim que identificados os primeiros sintomas.
Neste post, vamos explicar como ocorre a perda auditiva hereditária e quais são suas outras possíveis causas. Confira!
A perda de audição é hereditária?
A perda auditiva hereditária é bastante comum e atinge várias crianças ao nascer, tendo como principal causa as mutações genéticas. Por isso, é muito importante realizar o teste da orelhinha em todas as crianças com até 1 mês de vida. Essas mutações podem atingir vários genes, mas é mais comum no gene da conexina 26.
Além disso, também existe uma mutação que afeta a função das células ciliadas que estão localizadas no tímpano, provocando a perda auditiva neurossensorial em todas as frequências. Logo, a audição dos indivíduos que sofrem com essa mutação pode ser comprometida desde o nascimento. A maior parte das pessoas que sofre com a perda auditiva hereditária necessita usar aparelhos auditivos para amplificar o som.
Confira, a seguir, algumas doenças genéticas que podem causar a surdez.
Síndrome de Usher
Nessa doença, a perda auditiva é resultante de uma mutação genética que atinge as células nervosas da cóclea, órgão interno da orelha que também é responsável pelo equilíbrio.
Síndrome de Pendred
Essa síndrome é provocada por uma alteração na produção de hormônios responsáveis pela regulação e metabolismo do crescimento. Nela, acontece o chamado bócio, um crescimento da glândula tireoide com uma redução da produção hormonal e, também a perda de audição.
O problema é hereditário e causa a perda auditiva/surdez desde o nascimento, mas também é possível se desenvolver na infância. Os sintomas incluem problemas no equilíbrio, aumento da tireoide, alteração no ouvido interno e perda auditiva.
Otosclerose
Essa doença é caracterizada pelo crescimento anormal do tecido ósseo, o que impede a movimentação do estribo (ossículo que fica dentro do ouvido). Quando está imobilizado, o osso não faz a condução das vibrações das ondas sonoras de forma correta.
Existem casos onde os ossos enrijecidos ainda se instalam ao redor da cóclea, o que compromete também a transmissão de impulsos nervosos para o cérebro.
Síndrome de Brown Vialetto Van Laere
Essa doença neurológica é rara e é caracterizada por uma paralisia cerebral que está relacionada à surdez neurossensorial. Os sintomas principais, que podem surgir na infância ou na fase adulta, são comprometimento da respiração, epilepsia, fraqueza na face e nos membros.
Quais são as outras causas da perda de audição?
A perda auditiva pode ter diversas outras causas. Confira as principais.
Infecções
As doenças infecciosas são responsáveis por muitos casos de perda auditiva. Algumas delas, como a otite, podem provocar perda auditiva permanente ou crônica. O problema é caracterizado pelo acúmulo de líquido e/ou secreção na parte interna do ouvido médio, como consequência de amígdalas inflamadas, alergia e resfriados.
Outras infecções também causam problemas auditivos, como caxumba, sarampo e meningite, que atingem as pessoas em qualquer fase da vida. A surdez congênita também é provocada por algumas infecções que podem ser adquiridas na gravidez, como sífilis, herpes e rubéola.
Essas infecções podem ser prevenidas:
- fazendo acompanhamento médico regularmente;
- tratando e prevenindo resfriados e gripes;
- mantendo o calendário de vacinação atualizado.
Excesso de ruído
A perda auditiva induzida por excesso de ruído é provocada por uma exposição constante a sons de intensidade forte. Isso é mais comum em agricultores, trabalhadores de fábrica e policiais. Ir com frequência a shows e ouvir música no celular, pelo fone de ouvido, com o volume alto também pode acelerar a perda auditiva. Por isso, é fundamental utilizar protetor auricular se você estiver exposto a um barulho excessivo.
Envelhecimento
Muitas pessoas idosas podem sofrer com a perda auditiva. O envelhecimento é uma das causas principais da surdez/perda auditiva, pois as células ciliadas que estão localizadas na cóclea também envelhecem com o tempo.
Alguns dos sintomas mais comuns desse tipo de perda são a dificuldade para escutar outra pessoa e a necessidade de aumentar o volume dos aparelhos eletrônicos (TV, rádio etc.). A perda auditiva por envelhecimento não apresenta cura, mas os aparelhos auditivos auxiliam a pessoa a se comunicar facilmente e levar uma vida normal.
Medicamentos
Determinados medicamentos, como os ototóxicos, podem prejudicar o ouvido e provocar alterações no equilíbrio, zumbido e até mesmo a perda de audição. Os mais comuns são aqueles que tratam doenças cardíacas e câncer.
A surdez pelo uso de medicamentos ocorre porque substâncias tóxicas presentes em sua composição prejudicam as células ciliadas da cóclea. Em geral, a audição é prejudicada somente quando são receitadas doses muito altas ou quando são utilizados medicamentos fortes.
Excesso de cera
A principal função da cera é proteger o ouvido contra partículas, micro-organismos e poeira. Quando as glândulas produzem mais do que necessário, as substâncias ficam acumuladas e bloqueiam a passagem de som na orelha. Ao limpar os ouvidos com o cotonete, a cera pode ser empurrada para a parte de dentro da orelha.
Isso pode causar desconforto, dor e perda de audição temporária. Portanto, o recomendado é buscar ajuda médica ao perceber o excesso de cera no ouvido. Na maior parte das vezes, o tratamento é indolor e simples, e a audição pode ser recuperada totalmente.
Se você não sabia que perda auditiva pode ser hereditária, saiba que o problema pode ser provocado por mutações e doenças genéticas, mas também por diversas outras causas. Assim, é muito importante procurar um médico para averiguar rapidamente os sintomas e ter mais qualidade de vida.