Sempre que uma pessoa possui algum grau de perda auditiva não deve deixar de procurar a ajuda de um fonoaudiólogo. É ele quem vai contribuir com o seu conhecimento para realizar um exame detalhado, vai indicar qual o aparelho auditivo que melhor se adapta a sua condição e promover os ajustes necessários no seu aparelho.
Mas não é só. A atuação do fonoaudiólogo é mais profunda e complexa. Se você deseja saber mais sobre esse importante profissional continue lendo este artigo e saiba tudo sobre como funciona o auxílio do fonoaudiólogo para perda auditiva.
Diagnosticando a perda auditiva
Quando o assunto é o diagnóstico da perda auditiva, os fonoaudiólogos são unanimes em afirmar que identificar o problema o quanto antes é fundamental para o sucesso do tratamento.
Desse modo os profissionais podem auxiliar de forma segura para a indicação do uso de aparelho quando necessário, bem como o modelo que mais se adapta à realidade do paciente tanto do ponto de vista da saúde como econômico. Isso vai contribuir para garantir uma melhor qualidade de vida para o paciente.
Afinal, como se comunicar de maneira adequada com as pessoas ao seu redor se não é possível escutar os sons e as falas de modo apropriado? Por isso, sempre que houver algum indício de perda auditiva, é preciso buscar o otorrinolaringologista sem demora.
Esse profissional trata da saúde dos ouvidos, nariz e garganta, sendo necessário marcar uma consulta sempre que a dificuldade de ouvir bem seja percebida. Isso vale tanto para a percepção de um problema consigo mesmo quanto em pessoas próximas.
Isso porque nem sempre quem está com perda auditiva pode perceber o problema ou mesmo pode não querer admiti-lo, retardando o diagnóstico. Essa atitude, entretanto, só vai tornar o tratamento mais difícil.
O mesmo serve para crianças que mostrarem algum dos sintomas associados com a perda da audição na infância. Dessa forma, o otorrinolaringologista, quando preciso, realiza diferentes exames para verificar se existe realmente um início de surdez no paciente.
Já quando os testes forem positivos, entra em cena o fonoaudiólogo.
Níveis de perda auditiva
Ao realizar os testes o fonoaudiólogo vai identificar o nível de deficiência auditiva que a pessoa apresenta, pois esse profissional entende a necessidade que os indivíduos possuem comunicar-se de maneira correta o que inclui entender e ser entendido.
Desse modo, o fonoaudiólogo está apto a identificar os diferentes graus de perda auditiva, que se classificam em:
Surdez leve ou deficiência auditiva leve: A pessoa só pode detectar sons entre 25 e 39 decibéis (dB). As pessoas podem achar difícil entender as palavras que os outros estão dizendo, especialmente se houver muito ruído de fundo.
Surdez moderada ou deficiência auditiva moderada: a pessoa só pode detectar sons entre 40 e 69 dB. Seguir uma conversa usando apenas a audição é muito difícil sem usar um aparelho auditivo.
Surdez severa ou deficiência auditiva severa: a pessoa só ouve sons acima de 70 a 89 dB. Uma pessoa gravemente surda deve ler os lábios ou usar a linguagem de sinais para se comunicar.
Surdez profunda ou deficiência auditiva profunda: Qualquer pessoa que não consiga ouvir um som abaixo de 90dB tem surdez profunda. Algumas pessoas com surdez profunda não conseguem ouvir absolutamente nada. A comunicação é realizada usando linguagem de sinais, leitura labial ou leitura e escrita.
Como o fonoaudiólogo auxilia no tratamento
Quando a perda auditiva, em algum grau, é diagnosticada pelo médico, o paciente deve começar a usar um aparelho auditivo. Para tanto, deve buscar as clínicas onde são oferecidos esses produtos.
E são os fonoaudiólogos que iniciam o acompanhamento do paciente com a perda auditiva, uma vez que são eles que analisam o problema, verificando o grau de surdez existente.
Nesse momento, o fonoaudiólogo verifica ainda como o paciente lida com o déficit auditivo, sendo possível encontrar modelos confortáveis e que agradem ao paciente. Além disso, hoje em dia, a variedade de produtos é grande.
Desse modo, o fonoaudiólogo se torna essencial na busca pelo aparelho auditivo ideal em meio à enorme oferta. Ele também deve acompanhar as últimas tecnologias lançadas para oferecer ao paciente um dispositivo que possa suprir todas as suas necessidades.
Atualmente, além de produtos muito discretos, pequenos e com diversas cores de tons de pele, há modelos com os quais é possível atender o celular e se manter conectado. Existe também assessórios que tornam muito mais eficiente a audição dos sons.
Funções do fonoaudiólogo no uso aparelho auditivo
O fonoaudiólogo é peça-chave no processo de reabilitação do paciente que deve usar o aparelho auditivo. Dessa forma, as principais funções desse profissional são as seguintes:
Selecionar o aparelho auditivo mais adequado para o paciente
Depois de realizar os testes necessários o fonoaudiólogo vai indicar qual o aparelho auditivo mais recomendado para o paciente. Para tanto, além de levar em consideração o perfil socioeconômico, ele também considera o modelo que melhor se adapta à necessidade da pessoa.
Ajudar na adaptação do dispositivo
Por meio da realização dos ajustes necessários e devidas orientações o paciente terá condições de se adaptar de maneira progressiva ao seu aparelho.
Auxiliar o paciente no treinamento auditivo
O objetivo é oferecer a melhor adaptação possível e com maior rapidez.
Estar disponível
O fonoaudiólogo está sempre disponível para oferecer aos pacientes orientações associadas à audição.
Realizar regulagens
É natural que no dia-a-dia os aparelhos sofram com alguma necessidade de regulagem e o fonoaudiólogo é o responsável por garantir a correta manutenção da prótese auditiva.
Executar as avaliações auditivas
Os pacientes precisam passar por consultas regulares para que possam ter a certeza de que seu aparelho está funcionando de maneira correta.
Estimular a linguagem e a fala
Por meio de diversos exercícios é possível garantir o estímulo da linguagem e da fala mesmo em pacientes com graus elevados de surdez.
Explicar todos os procedimentos e cuidados
Cabe a esse profissional fornecer todo o leque de informações que façam com que o paciente tenha todos os cuidados necessários com o seu dispositivo.
O que mais o fonoaudiólogo desempenha
É importante saber ainda que o fonoaudiólogo que se especializa no atendimento a pessoas com perda auditiva é o audiologista. Por sua vez, a audiologia é a área da fonoaudiologia que se dedica ao estudo da audição e dos sons.
Mais do que se comunicar de maneira satisfatória, o sistema auditivo tem papel essencial no monitoramento de eventos ambientais e no processamento de eventos acústicos. Com isso, é possível não só obter informações através da fala como também garantir o correto processamento do pensamento.
O fonoaudiólogo com essa especialidade, portanto, entende a relação que existe entre a qualidade do som e a sua frequência, que possibilita classificar a sua intensidade para como agudo e grave, por exemplo. Esse conhecimento, entre outros, é fundamental para regular o aparelho auditivo.
Afinal, o paciente deve conseguir ouvir os sons com o dispositivo de forma clara, mas sem que estejam muito altos e atrapalhando o seu bem-estar. Por isso, consultas frequentes ao fonoaudiólogo são indispensáveis a quem usa o aparelho auditivo.
O profissional deve ainda explicar para a família do usuário da prótese auditiva como funciona a adaptação para que ela possa ajudá-lo no processo. Isso porque o apoio das pessoas próximas contribui em muito com o tratamento da perda auditiva.
Principais sinais da surdez
Os fonoaudiólogos sempre dizem que podemos independente de qualquer coisa, perceber quando algo não está bem com a nossa audição. Por isso, recomendam atenção a alguns sinais.
Incompreensão da fala
Se a pessoa tem dificuldade para compreender o que o seu interlocutor está falando, principalmente em lugares com excesso de ruído, como por exemplo, shopping center, feira livre, festas etc, é preciso ligar o estado de alerta.
Problema de entendimento
É comum em quem tem problema de audição, ouvir mas não compreender as palavras e por isso começa a solicitar constantemente para que repitam o que estão dizendo.
Dificuldades ao telefone
Se o indivíduo não entende o que é falado no telefone, principalmente se do outro lado da linha tem uma voz feminina ou de criança, que tendem a ser mais agudas pode ser sinal de problema auditivo.
Zumbido sempre presente
O zumbido no ouvido pode se mostrar presente em vários momentos, mas principalmente quando a pessoa tem uma perda auditiva e não trata. Nesse caso, procure um médico urgente.
Hipersensibilidade aos sons
É comum para quem tem perda auditiva, a intolerância aos sons, principalmente àqueles mais intensos, mesmo que isso não seja real. Por exemplo, quando a pessoa com deficiência reclama de uma música que para ele está super alto e que na verdade está em volume aceitável para quem não tem nenhum problema de audição.
Mudança de hábito
Se você conhece alguém que começou a apresentar alguma mudança de hábito no que se refere ao som de aparelhos como televisão e rádio isso pode ser um sinal de problema auditivo. Sabe aquele seu parente ou amigo que começa a ter necessidade de aumentar o volume do seu aparelho para que possa escutar de maneira correta? Pois é. Ele pode estar com problema de audição.
Isolamento social
Quanto maior a dificuldade da pessoa em escutar, mais ela procura se isolar e isso acaba por causar um impacto considerável na sua vida social. Ele de um modo geral evita situações que possam ser consideradas constrangedoras, procura ficar sozinha e isso atinge principalmente a autoestima.
Depressão
Na medida em que existe o isolamento social, e a pessoa começa a se sentir limitada em fazer coisas que normalmente fazia, como assistir televisão, ir ao teatro, cinema, restaurantes, se reunir com a família é possível que desenvolva um quadro de depressão. Se isso acontece fica evidente que o paciente não irá conseguir resolver o problema apenas com o fonoaudiólogo, ele precisará de uma equipe multidisciplinar que envolva profissionais como otorrinolaringologista, fonoaudiólogo e claro, psicólogo.