Teste da linguinha, da orelhinha, tratamentos em crianças com Síndrome de Down. Estas são algumas das contribuições da fonoaudiologia na prevenção, no diagnóstico e no tratamento de doenças durante o primeiro “Ciclo de Vida”.
Cada vez mais a fonoaudiologia vem mostrando sua eficácia, com atuação imprescindível em inúmeros tratamentos, em todos os “Ciclos da Vida”. Para a presidente da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa), Irene Marchesan, a fonoaudiologia tem papel fundamental na vida das pessoas e a SBFa quer cada vez mais disseminar atitudes saudáveis que conscientizem a população.
Partindo do princípio, a especialidade tem fundamental importância já no atendimento ao recém-nascido, assim como longo da primeira infância. O objetivo, segundo Marchesan, que é especialista em Motricidade Orofacial, é antecipar o diagnóstico, evitando danos mais graves à saúde que poderão aparecer anos mais tarde. “Desde os primeiros dias de vida de um bebê a fonoaudiologia pode contribuir para diagnosticar, precocemente, patologias, assim como iniciar o tratamento adequado para cada caso. Desta forma, podemos evitar ou dirimir as consequência de poderão prejudicar essa criança no futuro”.
Destacamos, abaixo, os principais temas e porta-vozes de cada Departamento da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, e de que forma podem auxiliar em prol da saúde no primeiro “Ciclo de Vida”.
Saúde Vocal
A criança já pode desde a primeira infância desenvolver cisto nas pregas vocais, as chamadas alterações histológicas, que podem ser benignas e congênitas. O cisto em prega vocal é consequência de um comportamento vocal abusivo, que produz alteração funcional da voz. O sintoma mais claro é a rouquidão e/ou a fadiga vocal. A laringe da criança não está fisiologicamente madura para suportar atividades de alta demanda – neste faixa etária, há a utilização da voz com mais frequência, de forma mais alta e forte, o que pode gerar impacto negativo às pregas vocais.
“Os comportamentos vocais abusivos podem vir a gerar nódulos, com alteração laríngea mais recorrente nessa fase da vida, sobretudo entre os em meninos. De forma geral, as crianças poderão apresentar vozes roucas, com falhas, instabilidade e sintomas como cansaço ao falar no final do dia”. Anna Alice, Coordenadora do Departamento de Voz da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. Saiba mais sobre o assunto:www.baruco.com.br/blog/voz.pdf
Saúde Auditiva
A audição da criança é outro sistema que merece muita atenção, por ter relação direta com o baixo rendimento escolar quando não diagnosticado precocemente. Como prevenção, a fonoaudiologia atua a partir da triagem auditiva neonatal universal (TANU), conhecido popularmente como Teste da Orelhinha. Ele é simples, rápido e eficiente, aplicado a todos os recém-nascidos nas maternidades, com o objetivo de identificar perdas auditivas nos neonatos, de forma precoce. Estas perdas podem implicar em atrasos no desenvolvimento e aquisição de linguagem e fala nas crianças.
“O teste identifica crianças com perdas consideradas incapacitantes. Ainda nas maternidades, devem ser encaminhadas para um serviço especializado em audiologia infantil para confirmação da perda auditiva e consequentes medidas de tratamento. Vale lembrar que sempre que houver um atraso no desenvolvimento de linguagem é importante realizar uma avaliação audiológica e iniciar com uma terapia de linguagem”, Dóris Lewis, Coordenadora do Departamento de Audição da SBFa.