A comunicação é uma ferramenta inerente à vida em sociedade. Logo, a voz é nosso instrumento de contato com todas as esferas sociais que nos rodeiam. O desempenho de uma boa dicção traz clareza e objetividade para a mensagem, facilitando a compreensão. Além disso, usar da fala como estratégia para transmitir segurança e determinação é essencial no mundo dos negócios e das relações interpessoais.
Existem alguns exercícios para fortalecer e aprimorar a sonoridade da voz, que atribuem fluidez ao discurso do orador. Nestes treinos, estão envolvidos métodos de respiração adequada, aquecimento da língua e dos músculos faciais. Todas as técnicas devem ser sempre aliadas ao relaxamento diante do discurso e articulação pausada de cada palavra.
Conheça agora 5 dicas recomendadas por profissionais da fonoaudiologia que irão potencializar sua capacidade oratória e atribuirão muito mais credibilidade aos seus discursos:
Relaxe a voz
Para que se faça um discurso bem claro e articulado, a primeira lição é trabalhar no relaxamento da voz. Uma voz relaxada afasta o tom de pressa da oratória, atribuindo credibilidade e segurança às informações proferidas. Um exercício eficaz para relaxamento da voz consiste no treino da nasalização: apoie dois dedos (polegar e indicador) sobre o nariz, sem pressionar as narinas com força. Imite o “som da abelha” (o som “hummmm”) com a boca fechada, ao longo de um minuto. Sinta a vibração constante no nariz e na boca, responsável pelo relaxamento. Faça pequenas pausas de 30 segundo e repita o exercício por 3 vezes.
Brinque com trava-línguas
A Ortofonia é o segmento da linguística encarregado pelo estudo da pronúncia correta de frases e palavras. Muitos dos exercícios de Ortofonia envolvem pronúncia em voz alta de trava-línguas e períodos compostos por excessiva repetição de alguma consoante, o que dificulta a fluidez do discurso. A ideia do exercício é trabalhar a articulação da língua e dos músculos bucais para conseguir pronunciar palavra por palavra de maneira clara, sem inverter sílabas e nem emendar o fim de uma palavra ao começo da seguinte. Experimente ler em voz alta as seguintes frases, sempre desafiando-se a aumentar o ritmo:
- O rato, ratazana, o ratinho, roeram as rútilas roupas e rasgaram as ricas rendas da rainha dona Urraca de Bombarral.
- Os gêmeos do general Gilberto, gênios em geologia, gesticulavam geralmente junto da gente.
- Joana, a joaninha, enjoada de jantar jiló, jaca e berinjela; resolveu dar um jeito, foi falar com Juca e pediu sua sugestão. Juca, muito jeitoso, sugeriu ligeirinho: que tal jambo e jabá?
- Cabelos cobriam corpos cálidos, caídos em catadupas candentes.
- Filomena Felícia Fausta Fonseca, famosa flor, farmacêutica fez formidáveis fórmulas, fabricou formosos fortificantes e famosos fertilizantes, fazendo felizes frenéticos fregueses.
Outra boa ideia é treinar a pronúncia destas frases segurando um pequeno objeto (um lápis é uma boa opção) com a boca, para exercitar ainda mais a desenvoltura dos movimentos da fala.
Exagere nos movimentos faciais
Os movimentos faciais que desempenhamos durante a fala são completamente automáticos, o que contribui para alimentar vícios de pronúncia que podem comprometer a qualidade de nossa oratória. O exercício de exagerar nos movimentos da fala tem o propósito de nos fazer prestar atenção aos parâmetros (tamanho da abertura da boca, inclinação, posicionamento da língua) mais adequados para uma fala sem ruídos. Além disso, os movimentos exagerados contribuem para a tonificação da musculatura bucal e facial, facilitando a clareza da pronúncia. Separe meia hora do seu dia para realizar leituras articulando os músculos da face com força e, em seus próximos discursos, notará que sua boca estará mais móvel e, sua oratória, mais fluída.
Exercite a pronúncia das sílabas
Uma das características mais marcantes de um discurso inseguro é a pronúncia abreviada das sílabas. Quando se tem pressa para terminar um diálogo ou uma palestra, as sílabas inevitavelmente saem sobrepostas umas às outras e isso transmite insegurança e falta de domínio do conteúdo para os ouvintes. Para que os interlocutores sintam credibilidade naquilo que você fala, é essencial que cada sílaba seja articulada corretamente. Fonoaudiólogos recomendam o treino das seguintes sílabas para uma fala bem desenvolta:
- MUA – MUÉ – MUE – MUI – MUÓ – MUO – MUU;
- AS – ES – ÊS – IS – OS – ÔS – US (buscando sempre a redução do chiado);
- PRA – TRA – CA – CHA – NHÁ – LHA – GUA – QUA (substituindo a vogal “A” por todas as 4 restantes).
Treine a respiração correta
Se a respiração permanecer no ritmo errado e pelas vias erradas, de nada adianta treinar a pronúncia perfeita de cada um dos fonemas. A fala nada mais é do que a passagem de ar pelas cordas vocais, logo, a respiração influencia diretamente no seu desempenho e qualidade. Aulas de canto e oratória ensinam alguns exercícios simples para fazer da respiração uma aliada da boa dicção:
Para exercitar a respiração diafragmática, deite-se com os pés levemente afastados, uma das mãos sobre o peito e outra logo abaixo das costelas. Inspire e expire profundamente, concentrando-se em fazer com que a mão posicionada abaixo da costela seja elevada mais do que a mão de cima durante a respiração. Esta elevação indica uma movimentação completa do diafragma;
Coloque-se de pé, com as pernas alinhadas aos ombros, e inspire profundamente, de modo a inflar ao máximo a região do diafragma. Ao expirar este ar, emita o som da letra “F”, de maneira lenta e contínua.
Repita o mesmo exercício, mas expire o ar emitindo o som da letra “S”. Mas, desta vez, não solte o ar lenta e continuamente: faça 3 pausas até expelir todo o ar, sentindo o diafragma dar pequenas travadas.